Quando iniciamos a nossa trajetória na fé, aprendemos a amar e admirar muitas pessoas que para nós são considerados exemplos. Seja por sua atuação na igreja, a dedicação na obra, a forma de ensinar, o estilo de pregar…tudo isso cria para nós as referências espirituais. Pode ser um bispo, um pastor, um obreiro, uma evangelista ou um membro exemplar.

Quando iniciei minha trajetória na fé, aos 12 anos de idade, eu e minha família passamos a admirar o pastor da igreja que frequentávamos em Itumbiara. Ele conquistou nossa confiança e era um pastor com uma fé invejável. Além disso, tinha sabedoria para pregar e sempre fazia uma reunião maravilhosa. Por ser o nosso primeiro pastor, a gente era encantado com aquele jovem pastor, solteiro e com um futuro brilhante pela frente na obra de Deus.

Frequentávamos uma igreja em Itumbiara – Goiás, um templo para umas 350 pessoas, que estava em pleno crescimento e com uma turma de obreiros e evangelistas muito avivada e atuante. E passamos a fazer parte dessa equipe que colaborava com o pastor e com a igreja. Lembro que morávamos em outra cidade, há uns 60km de Itumbiara, e íamos na igreja todos os dias, exceto às quintas e sábados.

No domingo acordávamos 5h da manhã pra estar na igreja às 7h. Depois do culto, passávamos na feira e voltávamos pra nossa cidade pra fazer o almoço, e logo após a refeição, toda a família entrava no carro rumo a Goiás. A tarde era hora de evangelizar nas ruas de bairros carentes. Tudo era muito novo e gostoso. Era uma sensação que só de lembrar, enche meu coração de alegria. Alguns domingos, a gente ajudava na organização de sopão para moradores de ruas e pessoas carentes. Existia um trabalho social lindo da ABC – Associação Beneficente Cristã, e a gente fazia parte.

Todo esse trabalho bonito de evangelização, ganho de almas e crescimento espiritual era liderado pelo “Pastor Cosme” – um carioca admirável por sua fé e sabedoria.

Neste tempo, muitos núcleos da igreja foram abertos em outras cidades, e o trabalho da Universal naquela cidade e região crescia de uma forma linda. O empenho começava no pastor e terminava nos membros. Havia uma unidade de fé e trabalho.

Os meses foram passando, e a gente foi crescendo em comunhão espiritual. Minha mãe e uma vizinha que se converteu na mesma época, foram levantadas à obreira. Eu era obreiro mirim nessa época, usava uniforme com calça preta e blusa branca. Minha irmã também.

Tudo ia bem, e crescia nossa admiração pelo nosso líder espiritual, o Pr. Cosme.

Um dia chegamos na igreja, e estava ali um novo pastor. O clima na igreja era ruim. O pastor que era um exemplo para nós, havia caído na fé e saído da igreja. Pra piorar, ele montou uma outra igreja pra ele, mesmo tendo cometidos erros absurdos. Muitos obreiros e membros se juntaram aquele pastor. Aquela igreja forte e bonita, foi rachada, perdeu uns 30% do povo e dos obreiros.

Meu espelho se rachou, quebrou ao meio. Cadê minha referência, meu exemplo? A cabeça entrou em conflito. E agora, o que será de nós?

Simplesmente, permanecemos. Obreiros mais próximos ajudaram nesse período, com palavras do tipo “Olhe pra Jesus”, “O homem é falho, mas Deus é perfeito”, “Vamos seguir na fé”.

E assim fizemos.

Confesso que fiquei muito triste pelo pastor. Mas começamos bem. Não nos deixamos levar pelo exemplo ruim que ele deixou no final. Aprendemos com a dor a olhar só para o Criador de tudo. O homem realmente pode falhar, mas Deus não.

Durante os próximos anos, foram muitos os casos de pastores, obreiros e até bispos que eu admirava, e do nada, viraram a casaca e fazerem totalmente o contrário daquilo que pregaram.

Aprendi que meu único espelho deveria ser Jesus. Por sua perfeição, só ele merece este lugar na minha vida.

Eu aprendi com esse ex- pastor, o tamanho da responsabilidade que temos com as ovelhas do reino de Deus. Temos que pensar 10 mil vezes antes de tomar uma atitude. Quando alguém está a frente de um trabalho e erra, ele sofre, mas o rebanho sofre muito mais. Muitas pessoas não tiveram a mesma fé, e desistiram do reino de Deus naquela época. Não faça isso, jamais!

Sirva a Deus por amor, respeite as autoridades espirituais, mas não crie expectativas. Eles são humanos, como nós. Perfeição vamos encontrar somente em Deus. Se alguém que você admirava, saiu da fé, ore por essa pessoa e olhe firmemente para Jesus. Ele é o salvador de nossas almas.

No post de amanhã vou falar sobre orgulho e como o Batman me ajudou a vence-lo.

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Um abraço 🙂

 

Uma resposta

  1. Que legal. Também passei por momentos assim como você, na igreja. Mas com o tempo aprendemos a olhar somente para Cristo.
    Jejum de Daniel.

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