1) Quem é Franco Cristiano?
Pai de Arthur e Vitória. Marido de Ana Carolina. Advogado. Superintendente do PROCON de Uberlândia. Professor. Um homem de fé. E uma pessoa que ainda estou tentando inventar e mais bem construir. Até aqui, é alguém que muito quer transformar a sociedade em que vive, mas que sabe; primeiro terá de mudar a si mesmo. Viciado em livros. Apaixonado por tecnologia, especialmente, Internet.
2) Como foi parar no mundo do direito do consumidor?
Foi consumindo e sofrendo como muitos consumidores. Há na minha vida situações que me conduziram, primeiramente, ao direito e depois especificamente ao direito do consumidor. O ingresso na vida jurídica se deu pela busca da autodefesa, pela conquista da consciência de meus direitos enquanto cidadão. Esse histórico é interessante porque me sensibilizou para a melhor compreensão dos problemas das pessoas no mercado consumidor. Sei como é difícil sofrer pressões das mais diversas dos fornecedores e assim tento garantir o máximo de efetividade a proteção do consumidor.
3) Com o advento das redes sociais, quem evoluiu mais: consumidor ou empresas?
O consumidor ganhou uma grande ferramenta com o advento das redes sociais. Pode tanto se informar melhor sobre um produto ou serviço diretamente com outros consumidores. Pode também reclamar publicamente, o que fomenta uma reação mais rápida da empresa reclamada. É importante que os fornecedores saibam que estão mais expostos e que ao contrário do que se possa pensar, esta exposição pode ser boa, considerando que terão mais acesso a voz, ao que pensa o seu principal ativo, o consumidor. Se ambos tiverem a consciência de como as redes sociais podem ser usadas, nós poderemos ver uma diminuição significativa dos conflitos de consumo, já que na maioria dos casos, os problemas são fruto da inexistência ou do excesso de ruído no processo de comunicação entre estas duas figuras.
4) A justiça brasileira está preparada para julgar casos relacionado ao mundo digital?
Infelizmente acredito que ainda não. Falta à maioria dos juízes conhecimentos básicos para tratar questões relacionadas ao mundo digital. Seja em sua dimensão propriamente jurídica ou, ainda, sociológica e filosófica. Parecem que não sabem exatamente do que se está falando. Não perceberam ainda o impacto da cibercultura na vida das pessoas. Não entendem, por exemplo, o quanto é vulnerável um consumidor que faz compras pela Internet, do ponto de vista jurídico. E não entenderam ainda que esta é uma realidade sem sinais de volta.
5) Como as redes sociais podem melhorar as relações entre vendedor e comprador?
Aproximadamente 70% dos conflitos de consumo são frutos de falhas no processo de comunicação entre fornecedores e consumidores. As redes sociais podem, portanto, minimizar significativamente este problema.
6) A internet é um caminho sem volta?
Para os grandes pesquisadores do tema, a exemplo de Pierre Lévy, caminhamos para a construção de uma grande consciência coletiva. Um processo de cooperação cognitiva, onde memória e percepções individuais serão compartilhadas para formar uma grande consciência humana. E tudo isso graças a Internet. Uma grande rede ainda está, na realidade, em formação e talvez um dia olhemos para os nossos dias atuais e daremos risadas por considerar quase infantil a tecnologia que temos hoje. Aqui falo por mim. Creio que estamos caminhando para a formação do que vou chamar de um grande ecossistema digital, onde tudo vai interagir de forma interdependente, o tempo todo e isso é bom. Muito bom.
7) O Brasil está cheio de advogados, mas não vejo quase nenhum deles se interessando pelo direito digital. A que você atribui isto?
Uma das disciplinas que leciono é justamente Direito Digital. Percebi em sala de aula duas coisas que contribuem para esta falta de interesse, que é bem real. O primeiro ponto é o fato de que as faculdades de Direito são extremamente conservadoras em relação a qualquer processo de inovação. Conheço meia dúzia de instituições que tem em sua grade curricular o Direito Digital. O segundo aspecto está relacionado à idéia equivocada de que não há mercado para advogados que atuem nesta área. Os alunos vêem o Direito Digital como algo futurista, o que é um grande erro.
8) A privacidade na internet é algo muito questionável. O que é privacidade e como manter seu terreno longe dos holofotes alheios?
Richard Posner, um jurista Norte Americano define privacidade como o direito de enganar. Isso mesmo. Pela privacidade o indivíduo teria condições de omitir algumas informações a respeito de si mesmo e, enganando o outro, pela omissão, construiria uma nova identidade, uma subjetividade que não estaria a corresponder a pura verdade. E realmente o direito a privacidade será circunstancialmente reduzido, considerando que as relações interpessoais serão cada vez mais constantes e até profundas em alguns casos e ninguém gosta de ser enganado. As pessoas deverão cada vez mais se apresentar como realmente são; sem esconder nada sobre sua subjetividade.
Acredito que a intimidade, o que é diferente de privacidade, precise sim ser mais bem preservada. Intimidade está ligada a idéia de estar só. E todos sempre terão o direito de estar só, ou em outros termos, o direito de se desconectar.
9) Quando você acredita que a internet se tornará o principal meio de comunicação no Brasil. Como se preparar para esse momento do ponto de vista empresarial e jurídico.
De um modo geral sou bastante otimista em relação a isso. Nas regiões mais desenvolvidas creio que até 2020 a Internet será o principal meio de comunicação. Teremos com certeza boa parte dessas regiões com boa cobertura e uma altíssima velocidade de conexão. Tudo será por demanda e as pessoas estarão conectadas quase que permanentemente, para fins de consumo, para fins educacionais, para fins políticos e para fins médicos. Jornais impressos serão raramente encontrados. Nas regiões menos desenvolvidas o prazo será bem maior, algo como, pelo menos dez anos de atraso. Hoje em muitas regiões do nordeste não há sequer conexão discada a Internet. Não sabem do que estamos falando.
10) Deixe uma dica para os empresários e diretores de empresas que ainda não entraram para o universo digital.
Este ecossistema digital será cada vez mais o espaço onde você vai comercializar seus produtos e serviços. Logo é melhor começar a conhecê-lo bem se quiser viver dentro dele, que possui regras e valores bem diferentes dos convencionais.
10) E para pessoas físicas, o que fazer e o que não fazer na hora de reclamar de/para as empresas na internet e nas redes sociais.
Vejo muitos consumidores, literalmente, ofendendo com palavras grosseiras os fornecedores, via Internet. Não é por aí. A educação é fundamental para reclamar bem via redes sociais. Ninguém quer ser ofendido. E é preciso lembrar que empresas são feitas de pessoas. E de fato serão estas pessoas que sentiram a carga destas ofensas. Ética e respeito, mesmo em casos extremos, são fundamentais. No mais, o consumidor poderá, sim, ser responsabilizado judicialmente por eventuais excessos.

Crédito da foto: Jornal Correio de Uberlândia
Crédito da foto: Jornal Correio de Uberlândia

Eu o conheci pelo Twitter, apesar de ser meu vizinho. Ele é atuante nas redes sociais e já resolveu problemas de consumidores exclusivamente pelo Twitter. Ele inseriu o Procon de Uberlândia na era digital. Hoje é possível agendar horário no Procon pelo site, reclamar pelo Twitter, Facebook e site. Enfim, Dr. Franco Cristiano tem o dom de levar harmonia entre consumidores e empresas, e fala conosco hoje sobre este universo de Direito do Consumidor na era da internet. Leia a entrevista com Franco Cristiano, advogado e atualmente Superintendente do Procon de Uberlândia.

Bruno Figueredo: Quem é Franco Cristiano?

Professor Franco: Pai de Arthur e Vitória. Marido de Ana Carolina. Advogado. Superintendente do PROCON de Uberlândia. Professor. Um homem de fé. E uma pessoa que ainda estou tentando inventar e mais bem construir. Até aqui, é alguém que muito quer transformar a sociedade em que vive, mas que sabe; primeiro terá de mudar a si mesmo. Viciado em livros. Apaixonado por tecnologia, especialmente, Internet.

Bruno Figueredo: Como foi parar no mundo do direito do consumidor?

Foi consumindo e sofrendo como muitos consumidores. Há na minha vida situações que me conduziram, primeiramente, ao direito e depois especificamente ao direito do consumidor. O ingresso na vida jurídica se deu pela busca da autodefesa, pela conquista da consciência de meus direitos enquanto cidadão. Esse histórico é interessante porque me sensibilizou para a melhor compreensão dos problemas das pessoas no mercado consumidor. Sei como é difícil sofrer pressões das mais diversas dos fornecedores e assim tento garantir o máximo de efetividade a proteção do consumidor.

Bruno Figueredo: Com o advento das redes sociais, quem evoluiu mais: consumidor ou empresas?

O consumidor ganhou uma grande ferramenta com o advento das redes sociais. Pode tanto se informar melhor sobre um produto ou serviço diretamente com outros consumidores. Pode também reclamar publicamente, o que fomenta uma reação mais rápida da empresa reclamada. É importante que os fornecedores saibam que estão mais expostos e que ao contrário do que se possa pensar, esta exposição pode ser boa, considerando que terão mais acesso a voz, ao que pensa o seu principal ativo, o consumidor. Se ambos tiverem a consciência de como as redes sociais podem ser usadas, nós poderemos ver uma diminuição significativa dos conflitos de consumo, já que na maioria dos casos, os problemas são fruto da inexistência ou do excesso de ruído no processo de comunicação entre estas duas figuras.

Bruno Figueredo e Franco Cristiano

Bruno Figueredo:A justiça brasileira está preparada para julgar casos relacionado ao mundo digital?

Infelizmente acredito que ainda não. Falta à maioria dos juízes conhecimentos básicos para tratar questões relacionadas ao mundo digital. Seja em sua dimensão propriamente jurídica ou, ainda, sociológica e filosófica. Parecem que não sabem exatamente do que se está falando. Não perceberam ainda o impacto da cibercultura na vida das pessoas. Não entendem, por exemplo, o quanto é vulnerável um consumidor que faz compras pela Internet, do ponto de vista jurídico. E não entenderam ainda que esta é uma realidade sem sinais de volta.

Bruno Figueredo: Como as redes sociais podem melhorar as relações entre vendedor e comprador?

Aproximadamente 70% dos conflitos de consumo são frutos de falhas no processo de comunicação entre fornecedores e consumidores. As redes sociais podem, portanto, minimizar significativamente este problema.

Bruno Figueredo: A internet é um caminho sem volta?

Para os grandes pesquisadores do tema, a exemplo de Pierre Lévy, caminhamos para a construção de uma grande consciência coletiva. Um processo de cooperação cognitiva, onde memória e percepções individuais serão compartilhadas para formar uma grande consciência humana. E tudo isso graças a Internet. Uma grande rede ainda está, na realidade, em formação e talvez um dia olhemos para os nossos dias atuais e daremos risadas por considerar quase infantil a tecnologia que temos hoje. Aqui falo por mim. Creio que estamos caminhando para a formação do que vou chamar de um grande ecossistema digital, onde tudo vai interagir de forma interdependente, o tempo todo e isso é bom. Muito bom.

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Bruno Figueredo: Existem muitos advogados no Brasil, e muitas escolas jogando no mercado milhares de novos advogados. Porém, não vejo quase nenhum deles se interessando pelo direito digital. A que você atribui isto?

Uma das disciplinas que leciono é justamente Direito Digital. Percebi em sala de aula duas coisas que contribuem para esta falta de interesse, que é bem real. O primeiro ponto é o fato de que as faculdades de Direito são extremamente conservadoras em relação a qualquer processo de inovação. Conheço meia dúzia de instituições que tem em sua grade curricular o Direito Digital. O segundo aspecto está relacionado à idéia equivocada de que não há mercado para advogados que atuem nesta área. Os alunos vêem o Direito Digital como algo futurista, o que é um grande erro.


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Bruno Figueredo: A privacidade na internet é algo muito questionável. O que é privacidade e como manter seu terreno longe dos holofotes alheios?

Richard Posner, um jurista Norte Americano define privacidade como o direito de enganar. Isso mesmo. Pela privacidade o indivíduo teria condições de omitir algumas informações a respeito de si mesmo e, enganando o outro, pela omissão, construiria uma nova identidade, uma subjetividade que não estaria a corresponder a pura verdade. E realmente o direito a privacidade será circunstancialmente reduzido, considerando que as relações interpessoais serão cada vez mais constantes e até profundas em alguns casos e ninguém gosta de ser enganado. As pessoas deverão cada vez mais se apresentar como realmente são; sem esconder nada sobre sua subjetividade.

Acredito que a intimidade, o que é diferente de privacidade, precise sim ser mais bem preservada. Intimidade está ligada a ideia de estar só. E todos sempre terão o direito de estar só, ou em outros termos, o direito de se desconectar.

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Bruno Figueredo: Quando você acredita que a internet se tornará o principal meio de comunicação no Brasil. Como se preparar para esse momento do ponto de vista empresarial e jurídico.

De um modo geral sou bastante otimista em relação a isso. Nas regiões mais desenvolvidas creio que até 2020 a Internet será o principal meio de comunicação. Teremos com certeza boa parte dessas regiões com boa cobertura e uma altíssima velocidade de conexão. Tudo será por demanda e as pessoas estarão conectadas quase que permanentemente, para fins de consumo, para fins educacionais, para fins políticos e para fins médicos. Jornais impressos serão raramente encontrados. Nas regiões menos desenvolvidas o prazo será bem maior, algo como, pelo menos dez anos de atraso. Hoje em muitas regiões do nordeste não há sequer conexão discada a Internet. Não sabem do que estamos falando.

Bruno Figueredo: Deixe uma dica para os empresários e diretores de empresas que ainda não entraram para o universo digital.

Este ecossistema digital será cada vez mais o espaço onde você vai comercializar seus produtos e serviços. Logo é melhor começar a conhecê-lo bem se quiser viver dentro dele, que possui regras e valores bem diferentes dos convencionais.

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Bruno Figueredo: E para pessoas físicas, o que fazer e o que não fazer na hora de reclamar de/para as empresas na internet e nas redes sociais.

Vejo muitos consumidores, literalmente, ofendendo com palavras grosseiras os fornecedores, via Internet. Não é por aí. A educação é fundamental para reclamar bem via redes sociais. Ninguém quer ser ofendido. E é preciso lembrar que empresas são feitas de pessoas. E de fato serão estas pessoas que sentiram a carga destas ofensas. Ética e respeito, mesmo em casos extremos, são fundamentais. No mais, o consumidor poderá, sim, ser responsabilizado judicialmente por eventuais excessos.

Agradeço ao Professor Franco pela gentileza ao ceder essa entrevista. E quem tiver alguma dúvida, o Twitter dele é @professorFranco, e para adicioná-lo no Facebook clique aqui.

3 respostas

  1. Adorei a entrevista! Também conheci o Franco virtualmente, por meio de uma reclamação num site.
    Nem preciso dizer o quanto que meu problema foi bem resolvido.
    O importante é dizer que me orgulho dessa pessoa inteligentíssima e maravilhosa que hoje em dia faz parte do meu rol de amigos.

    Parabéns Bruno pelo Joga No Google, que está cada vez melhor, não apenas pelo conteúdo inovador, mas também pelas excelentes entrevistas!

    By the way, foi um prazer também estar presente no momento do click da foto acima.

    1. Obrigado Ana.

      O Franco é uma pessoa incrível. A cada dia aprendo com ele e sou motivado a continuar na minha carreira digital.
      Além de grande profissional, ele é uma pessoa com grande senso de propósito e adoro pessoas assim.

      Obrigado pela visita no site e comentário.
      Continue jogando no Google.

      Bruno Figueredo

  2. Excelente a entrevista ! ! !

    Trata-se de uma pessoa que constantemente inova e repassa seus conhecimentos a população. E, se antes não haviam dito para ele da sua importância como Superintendente no PROCON de Uberlândia/MG, é chegado o momento. O cara é um exemplo de destaque profissional, está voltado sempre para auxiliar o consumidor em busca de seus direitos, se integra e age da melhor maneira possível, desempenha o seu papel como nunca o fizeram, se joga, se dedica de corpo e alma, o que sem sombra de dúvidas, respalda a população, pois concede a ela via de suas reclamações, uma colheita de bons frutos que ele semeia com tanto carinho, dedicação, disciplina, perseverança e otimismo.

    Parabéns grande homem.
    Parabéns Dr. Franco pelos esclarecimentos do Grande Mundo Virtual, que sem dúvida alguma em muito, a internet favoreceu e agregou valor na vida das pessoas. Mesmo porque, é um veiculo de informação que está em constante mutação, e tem por objetivo, cada vez mais, informar e atender uma gama maior de internautas, espectadores ou cibernautas, que vivem e sobrecarregam o ciberespaço com a interatividade e instantaneidade, que significa a obtenção de informação, notícia e dados numa relação recíproca dentro da rede, uma troca de forma quase imediata, isso é um modelo que cresce vertiginosamente. O número de pessoas que navegam na internet cresce a cada dia que passa. Um novo mundo cheio de vantagens e facilidades foi descoberto. Informação, interatividade, relações pessoais, negociações, notícias, compras e outras necessidades do dia-a-dia ganharam um grande espaço na web. O mundo está diminuindo e não há distância geográfica que a internet não possa proporcionar uma aproximação das pessoas que dela utilizam para manter contatos entre si. A globalização da internet é muito maior do que a que veio com as grandes navegações, que ampliaram o mercado. Um trabalho feito nos parâmetros da revolução industrial tornou-se muito menos eficaz do que o mercado que a internet propõe nos dias de hoje. O comércio online explodiu, trazendo uma nova forma de negociação diferente entre os consumidores e as empresas, que já não necessitam mais de um vendedor que faça a intermediação da compra, e a propaganda, com a revolução digital faz com que os consumidores, cada vez mais, sejam exigentes, está havendo uma mudança em seus hábitos, e com isso publicitários procuram inovar com propagandas em lugares inusitados e sempre com muita criatividade. Estão se adaptando a essa revolução, e inserindo a marca de seus produtos em programas de televisão e até mesmo em games, pois o consumidor passa a entender a mensagem de uma outra maneira, e capta a mensagem de uma forma indiretamente, o que é excelente para a marca anunciada. Essas são algumas das inúmeras opções de inovação para a propaganda. Será o “fim” dos outdoors, mobiliário urbano, busdoors, e o início de um grande “filme” já que as propagandas procurarão ainda mais maneiras de conquistar o consumidor, que já está se adaptando muito bem a esta revolução.

    Avante sempre na era digital Dr. Franco.

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