No post de ontem, falei sobre minha conversão aos 12 anos de idade. Minha mãe enfrentava problemas de saúde grave, nervosismo, insônia, quando ao assistir programas da Universal na TV, resolveu tomar a atitude de ir à igreja. Chegando lá em poucos dias já era nítida a mudança, cura e libertação espiritual. Fomos os 4 para a igreja, eu, minha irmã e meus pais.

Quando fui pra igreja, eu tinha 12 anos de idade. Eu fazia aulas de crisma na igreja Católica, era um ótimo aluno, sempre trabalhei com o meu pai no mercado que ele tinha. Era cercado de amigos da escola e por primos.

Ao começar a frequentar a igreja Universal, meus compromissos e prioridades mudaram, não porque a igreja me obrigava, mas porque era o que eu queria. Eu fui me envolvendo nos trabalhos sociais que tinha na época, como a ABC – Associação Beneficente Cristã, que ajudava moradores de ruas. Me engajei nos grupos de evangelização nas ruas, sem contar o trabalho com os adolescentes e crianças. Assim como a minha mãe, eu sempre fui muito compromissado com a obra de Deus, mas eu só tinha 12 anos, porém com responsabilidade e caráter de um homem maduro. Lembro de ficar responsável por olhar as motos no estacionamento da igreja, ou de entregar folhetos no final das reuniões.

Logo me tornei um obreiro da igreja, com 12 anos de idade, e aí não tinha mais a vida que meus amigos e primos tinham. Quando eles me chamavam, eu estava envolvido com as coisas do reino. Porque minha pura vontade, claro. Meus pais nunca me obrigaram a nada. Sempre eu que quis assumir as responsabilidade da igreja. E aí começaram as críticas dos meus amigos, primos e tios, como “você está perdendo tempo”, “você vive enfiado nessa igreja”, “você não tem vida mais”, “você vai perder a melhor fase da vida”, “você vai dar dinheiro pra pastor?”. Por mais que eu explicasse, eram dois lados extremamente opostos, que não chegavam a um acordo.

E aí com o passar do tempo, as críticas foram se tornando mais ácidas. Lembro que uma tia e um primo sempre eram mais ousados nas críticas e perseguições, e olha que éramos muito próximos, por termos a mesma idade (eu e meu primo), então a casa da tia que eu mais frequentava, porque estudamos juntos desde os 6 anos de idade, virou território de calúnias e piadinhas. Além de primos, éramos colegas de sala de aula.

Os meus amigos mais chegados agora eram os maiores perseguidores. E aí chegaram os 13, 14, 15 anos e o minhas prioridades eram estudar, trabalhar e servir a Deus com as minhas atividades da igreja. Meus amigos de sala começaram a beijar na boca, “ a ficar”, “a transar”e isso não fazia da minha vida. Claro, imaginem as piadinhas, com o “boca virgem”, “será que ele gay”, “pastorzinho”, “o seguidor do Edir Macedo”. Eu ignorava completamente, por mais que achava ruim, porque eram os caras que eu cresci junto. Lembro que estava de uniforme dentro ou na porta da igreja, quando eles passavam fazendo gracinhas e soltando piadinhas. Pensa minha cabeça, mas eu sempre soube da minha decisão e estava seguro. O mal tentava infiltrar esses pensamentos na minha mente, mas eu sempre recusava.

Durante as apresentações de trabalho em sala de aula, qualquer assunto acabava chegando em “igreja Universal” e no “pastorzim”. Eles zombavam de mim, e eu era sempre o “exemplo de quem estava perdendo a melhor fase da vida”, eu “era o crente da bunda quente”.

Um adolescente com 13 anos sofrer tanta perseguição é extremamente difícil. Um idade que todos desejam andar em grupinhos, eu me vi sozinho, sem amigos. Eu que já era estudioso, passei a estudar ainda mais. Eu me jogava nos estudos pra suprir um pouco a falta da turma. Foi ótimo! Temos que realmente pagar um preço e não participar da mesa de escarnecedores. Quem não é por mim, é contra mim. É bíblico.

Na minha adolescência eu era o exemplo, o “errado da sala”, o crentinho, “o que remava contra a maré”, o exemplo do cara de 15 anos que nunca tinha beijado na boca. Desde que mudei pra Uberlândia (porque morava em outra cidade), nem contato com eles eu tenho, sinceramente perdi completamente a graça.

E as perseguições continuaram, inclusive na faculdade. O que mais me intrigou sempre, era que as críticas e perseguições partiam de pessoas que eu gostava, que tinha um apreço. É exatamente isso que o mal faz, ele quer nos pegar pelo sentimento, por isso usa pessoas mais próximas, gente chegada e que gostamos.

Lembro que na faculdade, durante um período extremamente complicado financeiramente, um amigo que eu sempre pagava lanche pra ele, um dia numa rodinha de colegas da minha sala de jornalismo, ele que trabalhava na afiliada da Globo, do nada solta uma piada que eu não iria pra um balada com eles porque eu ia dar dinheiro na igreja. Neste dia, um amiga muito próxima, se irritou com ele e falou que eu não iria pra balada pra poder pagar salgado pra matar a fome dele, que não tinha nem o que comer direito. Eu sempre tive dó e por isso pagava lanche pra ele, e agora tinha levado um golpe desses. Hoje esse ex-colega já partiu, morreu jovem aos 23 anos de idade.

Servir a Jesus e fazer parte da igreja te levará sempre a sofrer com piadinhas e perseguições, mas tenha prazer nisso. Ele avisou na Bíblia várias vezes que seria assim. Não se irrite. Ore por eles, e glorifique a Deus por ser perseguido por Seu Nome.

 

No filme “Deus não está morto 2” tem uma frase muito legal que o advogado fala pra protagonista “Você quer ser o exemplo ou a inspiração?”

Eu prefiro ser a inspiração. Hoje meu testemunho ajuda outros adolescentes e jovens. Meu testemunho inspira jovens a estudarem pra se tornarem alguém na vida, inspira jovens a formar famílias, ter carreira e uma vida equilibrada com Deus. Minha caixa de e-mails, o meu Contato do Blog, minhas redes sociais, sempre me deparo com mensagens carinhosas de jovens e adolescentes falando que o meu testemunho faz diferença na vida deles. Não quero ser o exemplo, quero simplesmente ser inspiração. E você?

No post do terceiro Dia do Jejum de Daniel vou falar sobre namoro na hora errada e como isso impactou na minha trajetória da fé. Te espero aqui no blog.

Conte para seus amigos sobre as experiências que estou compartilhando nos 21 dias de Jejum de Daniel.

2 respostas

  1. Oi irmão, estou ligadinha em cada post. Mesmo tendo vivenciado td isso com vc, estou amando acompanhar. Sei que vai ajudar mtos jovens que hoje passam pela mesma situação. Bjo, amo vc😍😍😍

    1. Oh!!!
      A própria irmã acompanhando aumenta mais a responsabilidade.
      Obrigado pela companhia e feedback.

      Te amo,
      Bruno Figueredo

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